O Barão de Branquinho da Fonseca e de Luís de Sttau Monteiro: da narrativa à hermenêutica

Tipo de Publicação:

Livro

Fonte:

UA Editora, Aveiro, p.110 (2000)

Palavras-chave:

Branquinho da Fonseca, Literatura Portuguesa comparada, Luís de Sttau Monteiro, O barão

Resumo:

<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; font-family: 'Arial',sans-serif; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA;"><span style="font-size: small;">Partindo de uma reflexão sobre os aspetos teóricos da narratividade que enforma os textos literários narrativos e os textos dramáticos, este ensaio centra-se na análise</span> e<span style="font-size: small;"> na interpretação da narrativa breve O Barão, que Branquinho da Fonseca, sob o pseudónimo de António Madeira, publicou em 1942, na coleção «As melhores novelas dos melhores novelistas», da Editorial Inquérito, e da sua adaptação projetada para o teatro, em 1964, por Luís de Sttau Monteiro. No capítulo em que analisa a novela, a autora começa por mostrar, noutras obras de Branquinho da Fonseca, a sugestão de uma zona de mistério e complexidade psicológica, em certos casos tornada imperscrutável, pela incomunicabilidade que corrói a existência das personagens. No caso de O Barão, ainda mais difícil se torna a apreensão dessa realidade existencial de frustrações e incompletudes, que impulsiona um anacrónico Barão a atos de violência latente, mas, ao mesmo tempo, de uma tocante fragilidade, resultantes da vivência obsessiva de um amor impossível e da sua profunda necessidade da presença humana, numa recôndita aldeia da serra do Barroso, de costumes arcaicos e como que irremediavelmente petrificados no tempo. As dificuldades de interpretação da novela são acrescidas pelo facto de tudo nos ser narrado por um inspetor das escolas de instrução primária, cujas observações nem sempre são fiáveis, dado que, como narrador e como personagem, encontra-se sujeito a diversas limitações de perspetiva: não apenas pelo seu desconhecimento do espaço físico e social, e pelos mistérios parcialmente aflorados nas penumbras da noite passada no solar do Barão, mas sobretudo pelos próprios complexos psicológicos e recalques inconscientes do ser humano que o constitui, a quem Luís de Sttau Monteiro atribui a consciência de ser «um pesa-papéis sem Bela Adormecida e sem alma para a ter», resultado do automatismo e da burocratização da vida moderna. A autora comenta os principais textos exegéticos da novela, em especial no que se refere à problemática do superior realismo de Branquinho da Fonseca, e analisa, no texto dramático, a interpretação pessoal que dela elabora Luís de Sttau Monteiro, privilegiando, pela ostensividade dos meios visuais e sonoros da arte teatral, os elementos que funcionam como símbolos da necessidade de expressão da criatividade e de comunicação entre os seres humanos.</span></span></p>

Corpo: 

 

O Barão de Branquinho da Fonseca e de Luís de Sttau Monteiro: da narrativa à hermenêutica

Maria Saraiva de Jesus
Edição / reimpressão: 2000
Páginas: 110

Editor: UA Editora
ISBN 972-8021-92-5

7,05€